Águia-pesqueira

Pandion haliaetus

Taxonomia: Ordem: Accipitriformes; Família: Accipitridae

Estatuto de conservação: Global (UICN): LC (Pouco preocupante); Europa (SPEC): SPEC 3 (Não concentrada na Europa mas com estatuto de conservação desfavorável) Portugal (ICNB): População residente – CR (Criticamente em Perigo); População invernante - EN(Em Perigo)

Protecção legal: DL n.º 140/99, de 24 de Abril: Anexo A-I; Convenção de Berna: Anexo II; Convenção de Bona: Anexo II; Convenção de Washington (CITES): Anexo IIA

Tipo de ocorrência: Invernante (I); Migradora de passagem (MP); Residente (R)

Abundância local: Acidental

Dados biométricos: Comprimento: 55 a 69 cm; Envergadura: 145 a 170 cm; Peso: M - 1200 a 1600 g ; F - 1600 a 2000 g; Longevidade: 32 anos

Identificação: Rapina de tamanho médio-grande, com asas compridas e parte inferior pálida. As asas, na maioria das posições, estão em ângulo e as mãos são compridas e estreitas, dando-lhe um aspecto típico de uma gaivota grande. A cabeça é branca e os olhos amarelos com uma lista ocular castanho-escuro. No perfil frontal, quando plana, tem as asas marcadamente arqueadas, típico de uma gaivota, não acontecendo o mesmo quando se eleva. Apresenta várias adaptações morfológicas ao tipo de alimentação: patas grandes e fortes, garras longas e curvadas, superfície inferior dos dedos coberta por pequenos espinhos e o dedo exterior reversível. Peneira, voa alto em círculos, plana, mergulho aéreo forte e poderoso, directo.

Biologia da espécie: É uma espécie com ampla distribuição, principalmente Holártica, Paleártica e Australásia. No Paleártico está presente a subespécie nominal, principalmente no norte da Europa e Rússia. Esta espécie encontra-se normalmente associada a zonas húmidas de média ou grande dimensão, águas doces, salobras ou salgadas. A população mediterrânea é estritamente costeira, mas noutras zonas da Europa, nidifica no interior, perto de lagos, lagoas ou rios. A águia-pesqueira alimenta-se, quase exclusivamente, de peixe, empregando uma técnica ímpar: voa sobre a água e cai sobre a presa com as patas apontadas para a frente, capturando-a com as garras. Para a apertar com mais força pode virar para trás uma das 3 garras viradas para a frente. Para a nidificação escolhe zonas com pouca perturbação e com reservas consideráveis de peixe. Em Portugal, o último casal reprodutor nidificava num ilhéu rochoso na costa Sudoeste.

Curiosidades: Entre os factores responsáveis pelo declínio dramático da águia-pesqueira como ave nidificante em Portugal, contam-se a perseguição e abate directo, a morte acidental nos fios de pesca abandonados por pescadores à linha nas falésias, a depleção dos recursos piscícolas marinhos, os desenvolvimentos urbano, turístico e viário junto à faixa costeira e o consequente aumento geral da perturbação humana. De entre os factores que ameaçam os indivíduos invernantes estão o abate ilegal e a eventual degradação da qualidade da água de algumas zonas húmidas litorais. Seria costume entre os aldeões das localidades do país onde a espécie terá nidificado, a violação dos ninhos mais acessíveis para recolha dos peixes trazidos pelos progenitores às crias. Punham no bico das pequenas águias um pedaço de cana atada por um cordel, de tal forma que estas eram incapazes de ingerir as presas trazidas pelos progenitores.

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