Pato-real

 

Patos de Superfície

Ordem Anseriformes

Aves de dimensão pequena a grande (entre 30 e 180 cm e 200 g a 20 kg) que se alimentam à superfície da água. Os anseriformes são habitantes de zonas aquáticas (com adaptações a este ambiente ao nível das patas, com membrana interdigital) continentais como pântanos, lagos, rios e estuários, ainda que algumas espécies se desloquem para habitats marinhos na época de reprodução. A plumagem é muito variada, havendo espécies monocromáticas e outras com uma abundante gama de cores. Na maioria das espécies existe uma grande diferença entre machos e fêmeas. As aves pertencentes a esta família são omnívoras, alimentando-se de folhas, frutos, raízes, insectos, larvas de insectos e pequenos crustáceos. Neste grupo incluem-se espécies domesticadas pelo ser humano para fins comerciais e espécies cinegéticas. Uma grande parte das espécies deste taxon efectua migrações.

 

PATO-REAL
Anas platyrhynchos

Taxonomia: Ordem: Anseriformes; Família: Anatidae

Estatuto de conservação: Global (UICN): LC (Pouco preocupante); Europa (SPEC): Non-SPEC (Não concentrada na Europa e com estatuto de conservação favorável); Portugal (ICNB): LC (Pouco preocupante)

Protecção legal: Espécie cinegética; Convenção de Berna: Anexo II; Convenção de Bona: Anexo II

Tipo de ocorência: Residente (R); Invernante (I)

Abundância local: Comum

Dados biométricos: Comprimento: 51 a 62 cm; Envergadura: 81 a 98 cm; Peso: 850 a 1400 g; Longevidade: 29 anos

Identificação: Os machos adultos têm a cabeça verde-metalizada e um colar branco estreito no pescoço. O dorso e o ventre são acinzentados e o peito é castanho-escuro. O espelho alar é azul e o bico é amarelo. As fêmeas têm um padrão de plumagem em tons de castanho, sendo semelhante a outras espécies de patos de superfície. Porém, algumas características como o tamanho, espelho alar ou cor do bico, podem ajudar a distinguir esta espécie das outras com alguma segurança. Os juvenis e os adultos em eclipse apresentam algumas semelhanças com as fêmeas. Levantam voo directamente da água sem necessidade de correr. Em voo, apresentam a cabeça e o pescoço esticados para a frente, com batimentos das asas pouco amplos e muito rápidos.

Biologia da espécie: É o pato de superfície mais comum, residindo na maior parte da Europa, excepção feita ao Norte e Este que abandona nos meses de Inverno. Em Portugal a espécie encontra-se bastante distribuída, ocupando praticamente todo o tipo de habitats aquáticos mas preferindo zonas de águas pouco profundas de lagoas costeiras e grandes estuários. O pato-real é pouco tímido, podendo mesmo cruzar-se com os patos domésticos. O macho muda de companheira todos os anos. Tal como a maioria dos patos de superfície, o pato-real alimenta-se à superfície da água com o ”rabo alçado” comendo bagas, sementes, raízes, folhas, pequenas rãs e insectos.

Curiosidades: A taxa anual de sobrevivência dos adultos é de cerca de 52%, sendo mais baixa nas fêmeas possivelmente devido à maior vulnerabilidade aos predadores durante a época de reprodução. Durante a época venatória a taxa de sobrevivência dos jovens é mais baixa (fenómeno mais acentuado nos primeiros meses do calendário venatório).

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